George Mendel nasceu em 1822, na Silésia, que então era parte do Império Austro-Húngaro. Seus pais eram pessoas sem posse (camponeses) e sua tentativa de freqüentar a Universidade não se sustentou, por falta de recursos. Decidiu-se, então, pela carreira eclesiástica, tornando-se monge. Pertenceu ao Mosteiro situado nas proximidades de Brno, cidade hoje integrada à República Tcheca. Encarregado de cuidar do jardim do Mosteiro, iniciou uma longa e sistemática série de experimentos, cruzando diversos tipos de plantas. Publicou relato circunstanciado de tais experimentos, e as conclusões daí inferidas, na revista da Sociedade Natural de Brno. Esse texto intitulou-se Investigação sobre os híbridos vegetais. Tal se deu em 1867. Ainda que se suponha haja enviado cópia aos cientistas que então se ocupavam do assunto – e provavelmente ao próprio Darwin –, ninguém lhe deu atenção. Depois dessa data foi escolhido Abade do Mosteiro o que o teria absorvido integralmente. O certo é que não deixou outros textos. Faleceu em 1884, aos 62 anos.
A obra de Mendel seria descoberta por William Bateson (1861/1926), que assumiu a responsabilidade de difundir sua doutrina nos meios científicos. Esbarrou com a hipótese de Mendel ao pesquisar os antecedentes da pesquisa sobre a transmissão dos caracteres adquiridos, assunto que o preocupava. Dedicou-lhe um livro intitulado Mendel’s Principles of Heredity(1902). Bateson é considerado o inventor do termo genética.
A hipótese de Mendel pode ser resumida do modo adiante: as características dos organismos são determinadas por “fatores” unitários (posteriormente denominados genes), cada um dos quais acha-se presente exclusivamente na célula, esperma ou ovo e, em conseqüência disso, no ovo fertilizado. Trata-se, no fundo, de uma teoria atômica da hereditariedade. Teve o mérito de direcionar a pesquisa para um objeto concreto (o gene) que seria posteriormente esmiuçado até se chegar ao ácido conhecido como DNA (ácido desoxirribonucléico). (Ver também DARWIN, Charles e WATSON, James).