SANTO AGOSTINHO
Aurelius Augustinus, tornado
Santo pela Igreja Católica
e desde então conhecido
como Santo Agostinho, nasceu
em meados do século IV
(354) e faleceu em 430, tendo
vivido portanto 76 anos. Convertendo-se
ao cristianismo numa idade adulta
(32 anos), teve contudo mais
de três décadas
para tornar-se o primeiro grande
formulador da doutrina cristã,
tanto filosófica como
teológica. Nessa elaboração
doutrinária, valeu-se
amplamente do método
filosófico elaborado pelos
gregos, inclusive apresentando
diversos de seus textos em
forma de diálogo, seguindo
a Platão. Popularizou
a consigna de que era necessário
compreender para crer e crer
para compreender (Intellige
ut credas, crede ut inteligas).
Tornar-se-ia uma figura central
nos debates, ocorridos na Época
Moderna, de que resultaram a
Reforma Protestante e outras
manifestações de
descontentamento com o Papado,
a exemplo do jansenismo francês.
Nasceu em Tagaste (hoje Souk-Ahrás)
no território compreendido
atualmente pela Argélia,
no Norte da África, então
uma possessão romana.
Adquiriu uma grande cultura humanista
e dedicou-se ao magistério.
Naquela época, a cultura
geral era transmitida pela disciplina
chamada Retórica, que
compreendia o aprendizado de
línguas (grego e latim,
basicamente) e o conhecimento
das obras dos pensadores antigos
já consagrados. Ensinou
Retórica em Cartago, capital
da província, e, posteriormente,
em Roma. No século em
que viveu Agostinho, havia cessado
a perseguição aos
cristãos, tendo Constantino
(imperador de 312 a 337) liberado
o culto, enquanto o Imperador
Teodósio torna o cristianismo
religião oficial e, em
391, fecha os templos pagãos
e interdita a sua prática.
Na Itália, travou relações
com Ambrósio, bispo de
Milão, igualmente tornado
santo. Converteu-se em sua estada
na Itália e pretendeu
criar ali uma comunidade mística
mas, pela interveniência
de Valério, bispo de Hispona
(Argélia), regressa à província
pátria. Torna-se vigário
naquela cidade e, após
a morte do protetor, viria a
substituí-lo.
Sua obra adquiriu grandes proporções,
envolvendo mais de cem títulos.
Nessa circunstância, dificilmente
será alcançada
uma classificação
que reflita todas as nuanças.
Contudo, com essa ressalva e
excluindo-se as cartas e os sermões,
poderia ser agrupada em três
grandes blocos: obra filosófica;
obra teológica e polêmicas.
Estas duas últimas abrigam
a maior quantidade de títulos
(cerca de cinqüenta). A
obra teológica, por sua
vez, costuma ser subdividida
em textos apologéticos,
dogmáticos, de teologia
moral e exegéticos. A
obra filosófica (assim
classificados os diálogos,
embora envolvam problemas de
ordem teológica, já que
Santo Agostinho não se
preocupava em separar os dois
campos) compreende nove títulos,
dos quais o mais famoso é,
sem dúvida, O livre
arbítrio. (Ver também Confissões,
de Santo Agostinho e (O)
Livre arbítrio, de
Santo Agostinho)
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