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Dicionário das Obras
Básicas da
Cultura Ocidental
Antonio Paim
Índice: a - b - c - d - e - f - g - h - i - j - k - l - m - n - o - p - q - r - s - t - u - v - x - w - z
STENDHAL
Stendhal
era o pseudônimo de Henry
Bayle, adotado quando já se
tornara escritor relativamente
conhecido. Nasceu em Grenoble,
interior da França, em
1783. Deste modo, tornou-se adulto
em plena época napoleônica.
Graças á proteção
de um parente, pessoa influente
na nova situação,
aos 17 anos, em 1800, consegue
um posto na Itália. Abandonando
esse trabalho, ainda em 1801,
obtém mais tarde novo
emprego, graças ainda
ao protetor. As comissões
de que então seria incumbido
leva-o a deslocar-se por diversos
países, inclusive a Rússia.
A queda de Napoleão, deixa-o
mais ou menos ao desamparo. Estabelece-se
na Itália, em Milão,
por sete anos (1814/1821).
É nessa última
fase que produz a grande parte de sua obra dedicada a temas italianos.
Publica a História da pintura na Itália e relatos de
viagens dedicados às cidades de Roma, Nápoles e Florença.
Regressa
e permanece em Paris ao longo
da década de vinte, sob
os ultras, empenhados na restauração
do Antigo Regime. Reconhecido
como liberal, sua sorte altera-se
substancialmente após
a Revolução de
1830. Consegue então postos
diplomáticos que conserva
até o fim da vida. Escreve
muito na nova fase, ainda que
as funções oficiais
o impediam de publicar.
Em
vida, logrou alcançar escasso reconhecimento. Poucos dentre os
escritores de renome na época manifestaram-se de modo favorável à sua
obra. Contudo, não tardaria que viesse a consagrar-se como um dos expoentes
da literatura ocidental. Da fase denominada de “italiana”, continua
merecendo grande acolhida a Vida de Rossini, biografia do renomado
compositor. Seus grandes romances são O Vermelho e o Negro (1830)
e A Cartuxa de Parma (1839).
Stendhal
seria um grande amante, tendo experimentado, ao longo da vida, violentas paixões.
Esta condição animou-o a escrever um livro teórico intitulado Do
amor(1822).
Faleceu
em Paris, em 1842, aos 59 anos
de idade.
O
Vermelho e o Negro toma por
base um fato real ocorrido em sua
terra natal (Grenoble), onde tem
lugar o processo de um seminarista
(Berthet), condenado a morte em
15 de dezembro de 1827. Preceptor
junto a duas famílias, Berthet
seduz a esposa do chefe de uma
delas e a filha da outra. Para
vingar-se da primeira, feriu-a
com arma de fogo numa igreja. Tal
como ocorre no romance de Stendhal.
Com a diferença de que cria
um personagem imorredouro no papel
de Berthet, ao qual chamará de
Julien Sorel. Além disto,
valeu-se da circunstância
para produzir um romance social
e político, no qual procura
firmar a superioridade da nova
França, surgida da Revolução
e da Época napoleônica,
em relação ao Antigo
Regime, que os ultras empenhavam-se
em restaurar. O título da
obra continua suscitando polêmica:
o Vermelho simbolizaria o soldado,
o exército napoleônico;
e, o Negro, a Igreja que tão
violentamente critica? (Ver também O
Vermelho e o Negro e A
Cartuxa de Parma)
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