Dicionário das Obras Básicas da
Cultura Ocidental

Antonio Paim

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PROUDHON, Pierre-Joseph

Pierre-Joseph Proudhon nasceu em Besançon, França, em 1809, adquirindo sua formação no colégio local. Em 1826, quando tinha apenas 18 anos, a indústria pertencente a seu pai entrou em crise, o que o obrigou a buscar emprego. Trabalhou então como tipógrafo mas continuou, como autodidata, a estudar. Ainda adolescente, torna-se partidário das idéias de Charles Fourier (1772-1837), economista de certa nomeada que publicara, em 1820, a obra Le nouveau mode industriel et societaire, em que preconiza seja a atividade produtiva organizada no que denominou de “falanstério”.  Tratava-se de uma associação voluntária de proprietários, capitalistas e operários, recebendo cada um número de ações proporcional à sua contribuição. Condenava o capitalismo por entender que a concorrência trazia grandes malefícios para a sociedade. Divulgou também suas idéias numa revista (Revista Industrial ou Falanstério), que circulou entre 1832 e 1849, isto é, sobreviveu à sua morte mas não à Revolução de 48. Fourier foi arrolado por Marx entre os “socialistas utópicos”.

Na década de quarenta, Proudhon entreteve relações com Marx. Estudiosos indicam que o contato de Marx com os socialistas franceses influiu grandemente em sua obra, notadamente o “cientificismo” presente à meditação de Proudhon.

Considera-se que o livro O que é a propriedade, aparecido em 1840, corresponda à obra fundamental de Proudhon. Em 1846, publicou A filosofia da miséria, que Marx criticaria no livro A miséria da filosofia (1847).

Com a Revolução de 48, Proudhon elege-se deputado. Contudo, sob Napoleão III seria perseguido e preso.

Faleceu em 1864, aos 55 anos de idade. O fato de que Proudhon, sendo um intelectual de nomeada, tivesse trabalhado como tipógrafo muito impressionou ao poeta português Antero de Quental (1842-1891) que, sendo socialista, resolveu fazer a mesma experiência. Procurando dourar a pílula quanto à origem burguesa de Proudhon, Jesus Silva Herzog, incumbido de preparar para o Fondo de Cultura Econômica, do México, uma Antologia do Pensamento Econômico-Social, aparecida em 1963, escreveu esta preciosidade: “su padre fue un honrado elaborador de cerveza en pequeña escala”. (Ver também Que é a propriedade).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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