POINCARÉ, Henri
Nasceu em Nancy, França,
em 1854, tendo freqüentado
a Escola Politécnica e
a Escola de Minas. Concluindo
o curso muito jovem, trabalha
inicialmente como engenheiro
de minas, mas resolve fazer o
doutoramento, que conclui aos
25 anos de idade, em 1879. Começa
então uma brilhante carreira
no magistério, na Faculdade
de Ciências de Caen. Na
primeira metade da década
de oitenta torna-se matemático
de renome, de que resulta ser
convidado para dirigir o Curso
de Mecânica e Física
Experimental da Faculdade de
Ciências da Universidade
de Paris. Na mesma instituição
ocupou também o cargo
de catedrático de física
matemática.
Nos meios científicos
que freqüentava Poincaré,
os rumos seguidos pela física
causavam crescente perplexidade.
em que pese tanto Galileu como
Newton tivessem formulado as
leis gerais do mundo físico
contrariando francamente a experiência
sensível, a sucessiva
incorporação da
ciência à vida cotidiana,
através da técnica,
ao longo do século XIX,
sedimentou a crença de
que a observação
e a verificabilidade seriam os
meios adequados para fazer progredir
a investigação
científica. Acontece que
a pesquisa dos fenômenos
elétricos conduziram a
resultados surpreendentes. Achando-se
o conceito de matéria
associado ao de massa, dá-se
a perda de contato direto com
ela – passando as conclusões
científicas a referirem-se
aos seus efeitos indiretos, o
que seria batizado de “desaparecimento
da matéria”. Segue-se
a verificação de
que uma teoria científica
(a relatividade, por exemplo)
não refuta outra (a teoria
newtoniana passa a referir-se
a categoria limitada de fenômenos),
devendo coexistir. Caberia justamente
a Henri Poincaré lançar
as bases de um novo entendimento
(conceito) de ciência,
adequado às circunstâncias.
Seus trabalhos apareciam em publicações
altamente especializadas. Mas,
em que pese a complexidade dos
assuntos abordados, o expositor
lograva fazê-lo com grande
clareza. Assim, da sua ampla
obra destacou-se aquele conjunto
que foi considerado como filosofia
da ciência, que não
interessava apenas aos círculos
estritamente científicos
mas ao público em geral.
Reuniu-os em livro sob esta denominação: A
ciência e a hipótese (1905); O
valor da ciência (1905)
e Ciência e método (1913).
O primeiro deles, ainda que trate
de assuntos que seriam acessíveis
apenas a especialistas, alcançou
enorme repercussão, contribuindo
decisivamente para a aceitação
do fato de que, em matéria
de ciência, pudessem coexistir
doutrinas diversas.
Subsidiariamente, a obra de Poincaré forneceu
os argumentos fundamentais para
refutar ao positivismo, no âmbito
da ciência, justamente
onde acalentava a suposição
de achar-se firmemente plantado.
Poincaré faleceu em 1912,
aos 68 anos de idade. (Ver também Ciência
e hipótese).
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