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Dicionário das Obras
Básicas da
Cultura Ocidental
Antonio Paim
Índice: a - b - c - d - e - f - g - h - i - j - k - l - m - n - o - p - q - r - s - t - u - v - x - w - z
MENDEL
George
Mendel nasceu em 1822, na Silésia, que então era parte do Império
Austro-Húngaro. Seus pais eram pessoas sem posse (camponeses) e sua
tentativa de freqüentar a Universidade não se sustentou, por falta
de recursos. Decidiu-se, então, pela carreira eclesiástica, tornando-se
monge. Pertenceu ao Mosteiro situado nas proximidades de Brno, cidade hoje
integrada à República Tcheca. Encarregado de cuidar do jardim
do Mosteiro, iniciou uma longa e sistemática série de experimentos,
cruzando diversos tipos de plantas. Publicou relato circunstanciado de tais
experimentos, e as conclusões daí inferidas, na revista da Sociedade
Natural de Brno. Esse texto intitulou-se Investigação sobre
os híbridos vegetais. Tal se deu em 1867. Ainda que se suponha
haja enviado cópia aos cientistas que então se ocupavam do assunto – e
provavelmente ao próprio Darwin –, ninguém lhe deu atenção.
Depois dessa data foi escolhido Abade do Mosteiro o que o teria absorvido integralmente.
O certo é que não deixou outros textos. Faleceu em 1884, aos
62 anos.
A obra de Mendel seria descoberta
por William Bateson (1861/1926),
que assumiu a responsabilidade
de difundir sua doutrina nos
meios científicos. Esbarrou
com a hipótese de Mendel
ao pesquisar os antecedentes
da pesquisa sobre a transmissão
dos caracteres adquiridos, assunto
que o preocupava. Dedicou-lhe
um livro intitulado Mendel’s
Principles of Heredity (1902).
Bateson é considerado
o inventor do termo genética.
A hipótese de Mendel pode
ser resumida do modo adiante:
as características dos
organismos são determinadas
por “fatores” unitários
(posteriormente denominados genes),
cada um dos quais acha-se presente
exclusivamente na célula,
esperma ou ovo e, em conseqüência
disso, no ovo fertilizado. Trata-se,
no fundo, de uma teoria atômica
da hereditariedade. Teve o mérito
de direcionar a pesquisa para
um objeto concreto (o gene) que
seria posteriormente esmiuçado
até se chegar ao ácido
conhecido como DNA (ácido
desoxirribonucléico).
(Ver também DARWIN,
Charles e WATSON,
James).
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