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Dicionário das Obras
Básicas da
Cultura Ocidental
Antonio Paim
Índice: a - b - c - d - e - f - g - h - i - j - k - l - m - n - o - p - q - r - s - t - u - v - x - w - z
Eletra,
de Sófocles
Na mitologia grega, Eletra pertence
a família maldita Atrides,
integrada por importantes e
lendários personagens,
justamente os responsáveis
pela guerra de Tróia.
A ofensa que aquela família
devia reparar consistia na
sedução de Helena,
mulher de Menelau, rei de Mecenas
e Argos, por Páris,
que a levara para aquela cidade.
A expedição contra
Tróia seria comandada
por Agamenon, irmão
de Menelau.
O que nos interessa da trama
diz respeito ao assassinato de
Agamenon por sua mulher (Clitmenestra)
e pelo amante (Egisto). Agamenon
havia sacrificado aos deuses
uma de suas filhas (Ifigênia),
o que teria dado a Clitmenestra
o pretexto para tramar o seu
assassinato, que consumaria em
parceria com Egisto. A lenda
admite supor que, na verdade,
seu objetivo era livrar-se do
marido para permanecer com o
amante.
Na peça, Eletra e a irmã Crisotemis
vivem no palácio com a
mãe e o amante. O filho
homem de Agamenon (Orestes) está desaparecido.
Ao palácio chega forasteiro
que pretende avistar-se com Clitmenestra
e Egisto, a pretexto de anunciar
a morte de Orestes. Na verdade,
o forasteiro é o próprio
Orestes.
Sófocles transforma Eletra
na personagem central da peça.
Ela assume o comando da ação
que terminará pela morte
de Clitmenestra e Egisto. Portanto,
Eletra e Orestes cometem matricídio,
matam a própria mãe,
crime hediondo desde tempos imemoriais.
Na peça torna-se patente
como as duas mulheres, mãe
e filha, se detestam.
Na mitologia, Orestes é perseguido
pelos deuses da vingança
(Erínies). Sófocles
omite esta parte da tragédia,
finalizando com a frase de Orestes
de que foi feita justiça
e reduzido o número de
celerados. Não há remorso
nem pena (Ver também SÓFOCLES).
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