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Dicionário das Obras
Básicas da
Cultura Ocidental
Índice: a - b - c - d - e - f - g - h - i - j - k - l - m - n - o - p - q - r - s - t - u - v - x - w - z
Atomic
Quest – a
Personal Narrative, de
Arthur Compton
A comprovação
de que o átomo,
ao contrário de
ser indivisível,
podia desagregar-se
e produzir efeitos inesperados,
exigiu prazo muito dilatado.
Sua investigação
começa de forma
aparentemente distanciada,
na década final
do século XIX,
centrada na análise
de gases
rarefeitos. Aquilo que
se poderia denominar
de corolário tem
a Arthur Compton (1892/1962)
como um de seus artífices.
A técnica do estudo
desses gases rarefeitos
consistia em fazer que
brilhassem,
estado no qual poderiam
ser examinados no aparelho
denominado espectroscópio.
O passo
seguinte consistiu na
hipótese de que
emitiriam algum tipo
de radiação,
tratando-se de
elementos muito diminutos,
de difícil mensuração.
As técnicas para
efetivá-la versam
o que se
chamou de “raios
X” por não
se saber como designá-los.
O casal Curie conseguiu,
na França,
na mesma época,
isolar um desses elementos,
concluindo-se que deveriam
corresponder a
alguma propriedade do átomo.
Agora o estudo dizia
respeito à radiação
ou à radiatividade
(termo este criado pelos
Curie), chegando-se a
denominar aqueles raios
de elétrons. Por
volta
de 1910 já se
admitia que o elétron
era uma partícula
subatômica e, portanto,
a divisibilidade
do átomo. Fala-se
então em imaginar
um modelo dessa estrutura
desconhecida, já que
parecia
impossível medir
com precisão os
seus componentes e diferenciá-los.
O modelo que permitiu
começar a compor
aquilo a que corresponderia
a
composição
do átomo, a partir
da diferenciação
dos efeitos, seria devido
ao físico dinamarquês
Niels Bohr. Inspirou-se
na idéia que se
fazia do universo, tendo
um núcleo central
em torno do
qual orbitavam os elétrons.
Subsequentemente, a chamada
teoria quântica,
devida a Max
Planck e Albert Einstein,
iria facultar a continuidade
da investigação.
Sua tese central consistia
na afirmação
de que a radiação
não ocorre em
um fluxo contínuo,
mas em discretos (isto é,
descontínuos)
pacotes de energia. A
esses pacotes denominou
de quanta. A quantidade
total de
energia (o total de quanta)
será tanto maior
quanto menor for o comprimento
de onda da
radiação.
Essa teoria era uma espécie
de mistura das duas (conflitantes)
explicações
sobre a
emissão de energia,
segundo as quais seriam
em ondas ou em partículas.
Apesar dessa espécie
de “ecletismo” viria
a confirmar-se em 1910.
O modelo de Bohr e a
teoria quântica
facultaram uma base teórica à tabela
periódica dos
elementos químicos,
devida a Mendeleiev.
A tabela apresenta os
elementos
químicos ordenados
de acordo com o peso
atômico. Agora
essa diferenciação é explicada
pelo
número de elétrons
em órbita.
Ao mesmo tempo, facultou
a padronização
das observações.
A radiação
cósmica foi
medida em diferentes
países3 segundo
padrões idênticos
e contando mesmo com
um medidor
construído por
um jovem físico
alemão e que tomou
o seu nome (contador
Geiger). Inventou-se
uma máquina denominada
Acelerador de Partículas,
uma das quais instalou-se
na Universidade
de São Paulo4.
Graças a tais
pesquisas estabeleceu-se
a composição
do átomo de forma
bastante
sofisticada e eficaz.
Somente em 1932 ocorreria
alteração
significativa no modelo,
com a
descoberta de um outro
componente do núcleo,
dotado de massa (isto é,
ocupando esfera
perceptível) mas
desprovido de carga elétrica,
por isso denominado de
nêutron. Passou-se
a
entender que o átomo
está integrado
por elétrons e
nêutrons.
O corolário de
todo esse desenvolvimento
seria a desagregação
do átomo de urânio
para produzir energia.
Reatores especiais obtiveram
esse resultado, denominado
de “fissão
do
urânio”,
correspondendo à produção
de matéria radioativa
(plutônio). Esse
trabalho contou com
a participação
de eminentes cientistas
laureados com o Prêmio
Nobel --entre estes o
famoso
Enrico Fermi, físico
italiano radicado nos
Estados Unidos5--, sob
a chefia de Arthur Compton
(1892/1962). De tal proeza é que
este dá conta
no livro Atomic Quest – a
Personal Narrative
(1956). Como soe acontecer
na história do
homem, essa capacidade
inventiva viria a ser
mobilizada para fins
bélicos (a bomba
atômica) mas logo
encontrou aplicações
pacíficas,
altamente benéficas.
Voltar
3 No Brasil, dois físicos
estrangeiros (Gleb Wataghin
e Bernhard Gross), trazidos
para participar da organização
das Universidades de São
Paulo (USP) e do Distrito
Federal (UDF), nos anos trinta,
estavam engajados nessa pesquisas
e também as promoveram
nesse país. Em decorrência
disto, tevelugar no Rio
de Janeiro, de 4 a 8 de
agosto de 1942, Simpósio
de Radiação
Cósmica, que contou
com
a participação
de missão científica
norte-americana, chefiada
por Arthur Compton e integrada
por
quatro outros professores.
4 Presentemente, essa área
de investigação
denomina-se Física
de Partículas de
Alta Energia e é
liderada por um projeto
conjunto Estados Unidos-União
Européia, implantado
em Genebra (Suíça).
O
diâmetro do acelerador
de partículas ali
instalado supera 6,5 km,
que era o tamanho do maior
do
mundo, em funcionamento
nos próprios Estados
Unidos. Continua facultando
subprodutos na esfera
tecnológica podendo-se
referir, a título
indicativo, os supercondutores
e inovações
na área de robótica,
mecânica fina, arquitetura
de computadores bem como
na área médica
(radioterapia com Mésons
Pi e
reconstrutores de imagens,
que não têm
os efeitos colaterais dos
raios X)
5 Diz-se de Fermi que os
ganhadores do Prêmio
Nobel de Física
nas décadas de trinta
e quarenta, do
mesmo modo que no início
do pós-guerra, tinham
sido seus alunos.
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