CÍCERO
Embora não pertencesse às
famílias tradicionais,
Cícero (nascido em 106
a.C.) fez uma grande carreira
política na Roma Antiga,
tendo começado como administrador
da Sicília. Vindo a integrar
o Senado, foi escolhido cônsul
num período extremamente
conturbado da história
de Roma. Vivia-se, no último
século antes de nossa
era, a transição
para um governo mais centralizado
onde a elite militar teria influência
dominante, governo este que revogou
o antigo nome de República
substituindo-o pelo de império,
ainda que as diversas instituições
anteriores hajam sido conservadas.
No poder, Cícero enfrenta
clima de insurreição
e defronta-se com um sem número
de inimigos. Durante o seu consulado é que
se dá a formação
de um governo militar em forma
de triunvirato, a que se segue
a instauração da
ditadura de César. Cícero é obrigado
a recolher-se à vida privada. É nesse
fase que produz obra considerada
monumental, De certa forma, sistematiza
a informação que,
em sua época, se dispunha
do pensamento grego. Deu a conhecer
também o essencial das
doutrinas políticas de
Platão e Aristóteles.
Dotado de grande cultura, foi
reconhecido ainda como o melhor
orador de seu tempo, merecendo
também figurar entre os
poetas de nomeada. Manteve relações
estreitas com os sábios
gregos seus contemporâneos.
Após a morte de César,
Cícero tentou voltar à política.
Nessa empresa, envolveu-se nas
lutas armadas que então
tiveram lugar, e terminou por
ser assassinado (43 a.C.), aos
63 anos de idade.
Resumindo o significado de Cícero
para a cultura ocidental, Ferrater
Mora, em seu famoso Dicionário
de Filosofia, teria oportunidade
de afirmar: “A filosofia
de Cícero não é,
certamente, original, mas a influência
que exerceu torna-a uma peça
indispensável na história.
Com efeito, não somente
divulgou para o mundo romano
o mais importante da tradição
intelectual grega como igualmente
muitas de suas obras foram lidas
com freqüência pelos
filósofos posteriores,
tanto pagãos como cristãos.
A isto deve agregar-se a influência
exercida na formação
do vocabulário filosófico
latino – de que o próprio
Cícero tinha consciência
ao indicar que suas obras filosóficas
ofereciam ao leitor principalmente palavras”.
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